AS PROVÍNCIAS GEOLÓGICAS
Os processos tectônicos estudados condicionam estruturas
na superfície das terras emersas do planeta. Elas podem ser classificadas em três
grandes províncias geológicas, ou seja, áreas com a mesma origem e formação
geológica: escudos cristalinos, dobramentos modernos e bacias sedimentares. Os escudos
cristalinos são encontrados nas áreas de consolidação da crosta terrestre e
compõem sua formação mais antiga. São constituídos por minerais não metálicos
(granito, ardósia, quartzo, argilas, etc.) e metálicos (ferro, manganês, ouro, cobre,
etc.), encontrados nos escudos datados do Proterozoico e início da era
Paleozoica. O Brasil possui 36% da superfície de seu território em estruturas de
escudo cristalino (observe o mapa ao lado). Nos estados de Minas Gerais e do
Pará há enorme concentração de recursos minerais metálicos.
Como vimos, a formação de grandes cadeias orogênicas em consequência da movimentação das placas ocorreu no início do Período Terciário (final da Era Mesozoica e início da Cenozoica). Em relação à história geológica do planeta, essas ocorrências são relativamente recentes; por isso convencionou-se denominá-las dobramentos modernos ou dobramentos terciários.
Tais cadeias, como a cordilheira dos Andes, a do
Himalaia, a dos Alpes e as montanhas Rochosas, apresentam elevadas altitudes e
forte instabilidade tectônica, e podem conter vários tipos de minerais
metálicos e não metálicos.
O Brasil, por se localizar no meio da placa tectônica Sul-Americana,
não possui dobramentos modernos nem vulcões ativos, e os abalos sísmicos de
maior intensidade são pouco frequentes no país.
As bacias sedimentares são depressões do relevo
preenchidas por fragmentos minerais de rochas erodidas e por sedimentos
orgânicos; estes últimos, ao longo do tempo geológico, podem transformar-se em
combustíveis fósseis. No caso de soterramentos ocorridos em antigos mares e
lagos, ambientes aquáticos ricos em plâncton e algas, é possível encontrar
petróleo – a plataforma continental brasileira possui grandes depósitos desse combustível.
Já no caso do soterramento de antigos pântanos e florestas, ricos em celulose,
há a possibilidade de ocorrência de carvão mineral. No Brasil esses depósitos
são pequenos e ocorrem principalmente na região Sul. A estrutura geológica das
terras emersas brasileiras é constituída predominantemente por bacias
sedimentares, que recobrem 64% de sua superfície, onde podem se encontrar petróleo
e carvão mineral.
As principais reservas petrolíferas e carboníferas do
planeta datam, respectivamente, das eras Mesozoica (Período Cretáceo) e
Paleozoica (Período Carbonífero).
Nas bacias sedimentares ainda se pode encontrar o
xisto betuminoso (rocha sedimentar que possui betume em sua composição e da
qual se extrai óleo combustível), além de vários recursos minerais não
metálicos amplamente utilizados na construção civil, como argila, areia e
calcário.
Extração de petróleo em poço terrestre localizado em Mossoró (RN), em 2011.
Sene, Eustáquio de Geografia Geral e do Brasil:
Espaço Geográfico e Globalização / Eustáquio de Sene, João Carlos Moreira. –
2. ed. reform. – São Paulo: Scipione, 2013.